terça-feira, 30 de junho de 2009

Fala professor Pacheco!


UOL Educação - Onde mais ocorre o desperdício nas escolas?

Pacheco - O desperdício de tempo também é enorme em uma aula. Pelo tipo de trabalho que se faz, quando se dá aula, uma parte dos alunos não tem condições de perceber o que está acontecendo, porque não têm os chamados pré-requisitos, e se desliga. Há um outro conjunto de crianças que sabem mais do que o professor está explicando - e também se desliga. Há os que acompanham, mas nem todos entendem o que o professor fala. Em uma aula de 50 minutos, o professor desperdiça cerca de 20 horas. Se multiplicarmos o número de alunos que não aproveitam a aula pelo tempo, vai dar isso.

O desperdício maior tem a ver com o funcionamento das escolas. Os professores são pessoas sábias, honestas, inteligentes e que podem fazer de outro modo: não dando aula, porque dar aula não serve para nada. É necessário um outro tipo de trabalho, que requer muito estudo, muito tempo e muita reflexão.

Leia a entrevista completa aqui.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Missão Quase Impossível


Imagine que você foi contratado por um país distante para montar uma nova Escola, que deverá usar os melhores recursos à disposição para ser um case modelo. Como resultado disso, espera-se que seu Projeto seja bem sucedido para influenciar a Educação e os rumos da pedagogia daquela nação.

Esse é um Projeto de alta prioridade. Você poderá colocar o que há de melhor em termos de recursos e meios, para auxiliar e fortalecer o professor e a sua Escola. Assim, você instala equipamentos, utiliza-se de metodologias moderníssimas, agrega tecnologia, trazendo o que háde melhor e mais novo no segmento educacional. Tudo muito perfeito.

Há porém um detalhe. É certo que você deva gastar um tempo adicional (1) entendendo aquela cultura, (2) contextualizando seu currículo às realidades do país, (3) respeitando os interesses da sociedade quanto ao presente e ao futuro dessas crianças, (4) contratando iguais para melhor exercer a pedagogia ... Enfim, seguir um receituário do bom senso. Por isso, além do uso eficaz de investimentos, voce vai agregar gente nativa, da cultura local, que vai ajudar a formar a criança como um cidadão para aquele país!

A missão é difícil mas não impossível. Agora pergunto: e em se tratando de nossa realidade?

Hoje nos vemos diante de um grupo etário com cultura, comportamento, hábitos, influências, linguagem, repertório, vocabulário e atitudes TOTALMENTE distintos dos mais velhos. Ou seja - os que estão no comando e à frente da responsabilidade de ensinar, não são nativos (no sentido de terem nascido dentro daquela cultura). Tudo leva a crer que estamos na verdade diante de um desafio ainda mais profundo e complexo do que a hipótese levantada ao início.

O que fazer então? Parte do que estamos a discutir aqui (inciando pelo menos) e as questões que se levantam - e contando assim com a preciosa ajuda de nossos queridos leitores - é que formará um melhor entendimento do que significa o Novo Aprendiz.

Mas pelo jeito - e está cada vez mais patente - que os 'ensinadores' deverão ser os primeiros a atuarem como aprendiz. Bem vindo aos novos tempos!!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Pedagogia do Harry Potter


Não li o livro. Por enquanto! Não vi o filme - talvez por enquanto. Mas tendo em vista essa preocupação crescente, não será dificil me ver embarcando com o pequeno bruxo.

Um dos mais avançados centros de estudos da matéria (essa tal de bandeira o novo aprendiz) fica no MIT - e chama-se Convergence Culture Consortium - dirigido pelo não menos famosos Professor Henry Jenkis. Em seu blog, ele traz o testemunho de Flourish Klink. Debaixo do tema: A idéia radical de que crianças são pessoas, ele publica um paper escrito por uma de suas alunas. Das coisas que Flourish se lembra bem e com pertinência, de seus tempos escolares, é o computador que ganhou de seus pais (e a possibilidade de se conectar à internet). Relata que isso foi quando tinha seus 12 anos de idade.

A chave para seu crescimento (e conquistas além da escola), veio a ser o compartilhar de suas criações - textos que publicava, sempre focados na história de Harry Potter. Apesar de suas limitações juvenis, ninguém sabia ao certo sua idade. E com o passar do tempo sua articulação mental aprimorava e suas expressões ganhavam relevância.

Foram esses espaços comuns ('affinity spaces') que permitiram que seu aprendizado fosse contributivo e positivo. É ela quem testemunha:
[Tudo isso] ... me levou a escrever, a ler, a fundar uma organização sem fins lucrativos, e pelos céus, tudo isso antes de ter chegado aos dezesseis anos. Comparando, meu tempo no ensino médio parece vazio, sem nada, um lugar circunscrito a se pegar o diploma ...


E em seguida ela enfatiza:

Creio que a primeira resposta é "não lhes dê nada". Essa relação de poder tem que ser abandonada.

sábado, 13 de junho de 2009

O Ensino na berlinda

Hoje, mais do que nunca, os verbos ensinar e aprender não são conjugados juntos. Há uma grande dicotomia. Não é que se ensina, que alguém aprendeu. E não é que se aprendeu, que alguém ensinou. Hoje não mais!!

E mesmo que os professores, mestres e educadores se esforcem em suas atividades - com o objetivo de ensinar - debaixo de um conjunto de crenças e sempre presos aos arquétipos do passado, mais distantes eles ficarão do sentido desse esforço. Se o objetivo é fazer (ou permitir) que a criança aprenda, então pode desde já parar!!

É óbvio e claro que não é debaixo de um modelo que remonta (nas melhores hipóteses) ao século dezenove, que a Escola vai conseguir alcançar seus intentos. O jeito quadrado, do silêncio, do poder (!), da centralização, do 'one size fits all' massificado, não é mais eficaz. E isso coloca o Ensino na berlinda.

O que fazer para que nossos filhos aprendam?

Que tal iniciarmos por tirar a ênfase da ação e-n-s-i-n-a-r ?

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Alunos Diferentes

Continuando com a postagem anterior - apenas como uma introdução a ser melhor elaborada (e traduzida)de autoria de Carol Ann Tomlinson:

What Differentiation Is--And Is Not

A differentiated classroom offers a variety of learning options designed to tap into different readiness levels, interests, and learning profiles. In a differentiated class, the teacher uses (1) a variety of ways for students to explore curriculum content, (2) a variety of sense-making activities or processes through which students can come to understand and "own" information and ideas, and (3) a variety of options through which students can demonstrate or exhibit what they have learned.

A class is not differentiated when assignments are the same for all learners and the adjustments consist of varying the level of difficulty of questions for certain students, grading some students harder than others, or letting students who finish early play games for enrichment. It is not appropriate to have more advanced learners do extra math problems, extra book reports, or after completing their "regular" work be given extension assignments. Asking students to do more of what they already know is hollow. Asking them to do "the regular work, plus" inevitably seems punitive to them (Tomlinson, 1995a).

Alunos Especiais

Muito se tem discutido sobre alunos especiais. Uma discussão antiga - que trata daqueles que necessitam de um acompanhamento diferenciado.

Agora a pergunta que não quer calar: e se na sua classe de aula hoje, encontrarmos alguns alunos diferentes que necessitam de um aprendizado diferenciado, o que voce faria?

E agora a afirmação que não queremos ouvir: todos os nossos alunos são diferentes entre si!

Participe da discussão.