Quase que exclusivamente por causa de patriotismo, não estive em Aspen na semana passada.
Entre várias razões, há uma pitada de altruismo. Aqui no Brasil preciso fazer o meu evangelismo - pregando sobre o impacto que o mundo digital vai ter sobre a sociedade em geral, e sobre a escola em particular. Ainda bem que tenho encontrado alguns bons aliados. Mas a luta é dura.
Pois bem, em pleno Colorado (verão americano) aconteceu o Aspen Idea Festival – um efervescente fórum reunindo as melhores cabeças do mundo para discutir e debater entre outros temas a Sociedade, a Educação e o Futuro.
Para o público participante, o site afirma que há inspiração e provocação vinda de escritores, servidores públicos, artistas, cientistas, executivos do mundo de negócios, acadêmicos, economistas, especialistas em política exterior, empreendedores, e líderes de todos os tipos ...
Para nós que temos uma certa noção do que seja o TED – Aspen é um TEDÃO!
Este ano eles focaram em quatro grandes temas:
- Economia Global e Política Exterior (World Affairs)
- Arte e Cultura
- A Vida na America
- Gerenciando o Planeta Terra
Dentro das abordagens mais específicas da segunda metade do encontro havia:
- A Ciência do Ser Humano
- Inovação na Educação
- Vivendo Digitalmente
- O Oriente Médio
Vocês devem estar pensando que eu inventei isso da minha cabeça – que foi um sonho pirado ... Mas não. Veja aqui.
No painel “O Futuro da Educação: Tecnologia e como as pessoas aprendem”, estavam (ninguém menos que): Connie Yowell (Fundação MacArthr – responsável pelo estudo Digital Media and Learning Initiative), Will Wright (criador de SIMS), e Howard Gardner (Harvard + o cara das Inteligências Múltiplas).
Eu vou repassar abaixo uma pequena parte do belo resumo que John Plafrey, do Berkman Center de Harvard fez. E depois de ler, você me responde de imediato no comentário:
1) Deveríamos ter alguém lá – pra diminuir esse abismo de futuro, e compartilhando conosco?; e
2) Exagero quando afirmo que – pelo lado otimista - estamos apenas engatinhando?
Leia agora, reflita e participe da discussão. O link original de onde traduzi uma parte, está aqui.
Baseado nos seus estudos das Cinco Mentes, Gardner apresenta seus pensamentos: 1) A nova mídia digital é plural: games, redes sociais, todas as formas de fontes de informação. 2) A Revolução Digital talvez venha a ser tão importante como os primórdios da escrita e da imprensa. Suas conclusões tem por base seu trabalho com entrevistas de: jovens, professores e psicólogos. 3) A coisa mais importante que temos a fazer é nos perguntar: que tipo de mente queremos criar nos jovens de hoje?
Will Wright por sua vez pergunta o que está em jogo na era digital. As crianças estão imersas nessas novas mídias, de tal forma que os pais tem muita dificuldade para entender. As comunicações assíncronas nos levam a novas técnicas de moderação, com novos padrões comunitários e regras para banir as pessoas de comunidades. Há uma metáfora com a biologia pois é debaixo pra cima, substituindo o de cima para baixo tipo de controle, fazendo um paralelo com o conjunto de regras da evolução.
Yowell enfatiza a crucial diferença entre os tipos de participação. Há aqueles focados na amizade e os focados no interesse – sendo que cada participação é distinta. Faz alusão ao trabalho de Mimi Ito. No foco da amizade as crianças trazem seus relacionamentos ‘offline’ e as formas de se comunicar no espaço ‘online’. Já as comunidades focadas no interesse as coisas funcionam de maneira distinta.
Gardner lança um desafio (eles chamam de Good Aspen Idea – ou a boa idéia de Aspen). Cada um de nós deve conhecer melhor como nossa mente opera - metacognição.
Com muito debate e discussão, entra John Seely Brown e coloca a importância do Mestre. “Não pode haver uma falsa dicotomia aqui. Há lugar para o professor aqui. Assim como para as multidões, para a mais recente novidade online, para o gaming, para o aprendizado entre pares. Não devemos ser exclusivistas para nenhum dos lados."
Por favor, vá leve nos comentários pois estou arrependido de não ter ido a Aspen.
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